29/07/2016
Com base nas diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o GT de Tintas discutiu nesta quarta-feira (4/11) proposta de acordo setorial para o estabelecimento de programa de logística reversa para o setor de tintas imobiliárias. O grupo é coordenado pelo Comitê do Meio Ambiente (Comasp) do Sindicato, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) e pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati).
No encontro, a gerente executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), Thais Fagury, detalhou a minuta apresentada para o ministério do meio ambiente para a instituição do Prolata - programa de logística reversa voltado para latas de aço com foco no consumidor final. “O material tem uma cadeia infinita de reciclagem. O volume de produção de latas de aço é de 400 mil toneladas/mês, mas acaba sendo reaproveitado pelas siderúrgicas”, ressalta Thais.
“A partir do modelo do Prolata será possível desenhar um paralelo para a construção, incluindo não só as embalagens, como resíduos de tintas e dos equipamentos de aplicação”, avalia a gerente técnica da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati), Gisele Bonfim.
A coordenadora técnica do Comasp, Lilian Sarrouf, abriu as discussões sobre o tema abordando os pontos de coleta de resíduos de tintas como, por exemplo, as Áreas de Transbordo e Triagem (ATTs), agentes formais que estão aptos a receberem todos os tipos de materiais para destinação final.
Nesse aspecto, uma das dificuldades das empresas é necessidade da emissão do Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (CADRI) para envio a aterros industriais, que pode demorar meses para ficar pronto. Com a possibilidade do envio dos resíduos para recicladoras de tintas deve ser estudada a utilização do Controle de Transporte de Resíduos da Construção Civil (CTR) e não o CADRI.
O GT Tintas estuda a possibilidade das revendas e de lojas próprias (showrooms) também coletarem resíduos de tintas. A coordenadora de marketing e relacionamento do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo (Sincomavi), Andréia Nista Richter, avalia que esses locais não possuem muito espaço para recebimento. No entanto, Gisele Bonfim lembrou que lojas, como home centers, já aderiram ao recebimento das embalagens de aço e que alguns locais poderiam sim receber os demais resíduos de tintas.
O Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) também participou da reunião se engajando no projeto. Segundo o gestor executivo do IBI, Wilson Neves, já foi realizado um trabalho anteriormente com o SindusCon-SP para a identificação e classificação dos resíduos de impermeabilização, onde foram definidas as destinações adequadas. Este trabalho poderá subsidiar as discussões em busca de soluções.
Atualmente, as embalagens de papel e plásticas limpas do setor de tintas e impermeabilização costumam ser enviadas para reciclagem, e as contaminadas para os aterros sanitários. Já os equipamentos, como pincéis e rolos para pintura, por exemplo, são encaminhados para aterros industriais.
Com o objetivo de reduzir o volume de resíduos, o GT Tintas analisa a viabilidade de embalagens maiores que as atuais de 18 litros, atendendo também a demanda das construtoras. “Ainda faltam muitas respostas no sentido de realmente criar um programa de logística reversa de resíduos de tintas e impermeabilização na construção civil, precisamos engajar as recicladoras, fabricantes de equipamentos de pintura. Necessitamos que os fabricantes se comprometam na busca das soluções”, ressaltou Lilian Sarrouf.